Bom, fiz 28 anos!
Pra comemorar fiz uma obra de engenharia gastronômica para 26 pessoas. E olha que foram 26 dessas que valem por 35 mais ou menos. A engenharia está nas quantidades, na maneira de cozinhar (como cozinhar pra tanta gente em uma casa com panelas para casal?!) e na forma de servir, já que tinha que ter aproveitamento máximo de tempo e espaço para que fosse confortável para todos. Aqui faço minha dedicatória à minha cozinha, que sempre se supera especialmente agora que está em sua melhor forma: balcão.
Vamos aos fatos: Escondidinho de carne com abóbora e de frango com mandioquinha.
Pra essa galera toda fiz 2,5 kg de cada carne (peito de frango com osso e miolo de acém). Além de aproximadamente a mesma quantidade de abóbora e mandioquinha (um tanto menos). Isso é tudo que darei de medida... por que o resto foi "nas vista" mesmo.
Primeiro o frango.
1 - Muito alho poró com mais muito tomate e cebola. Muito mesmo... (Ai, seu eu tivesse um processador.) Frita tudo na panela wok.
Quando os legumes já estiverem mais "unidos venceremos", mais assim:
2 - Joga o frango com o os ossos mesmo. Apenas dei uma limpada na pele e cortei em pedaços. Joga um caldo de legumes (de verdade) e tampa.
3 - Mexe de vez em quando e, quando o frango estiver soltando facinho, tira a carne da panela e desfia. (Ah, coloquei louro fresco também, olha aí embaixo.)
4 - Junta o frango desfiado de novo com os legumes, acerta o tempero, reduz bem o liquido e tá pronto.
5 - O purê de mandioquinha faz no sistema tradicional. Muita mandioquinha com leite, sal e margarina. Coloquei também um pouco de tomilho que adooooro.
6 - Agora, é só montar. Essa receita dá duas assadeiras grandes mas não muito altas. Joga o frango...
... por cima, o catupiry...
... e por último o purê de mandioquinha...
Guardei na geladeira por que assei só na hora de servir - aí joguei mussarela ralada por cima.
Em seguida, o de carne. É claro que fiz "os dois ao mesmo tempo agora" administrando trezentos cozimentos diferentes. Fora que devo ter cortado umas 7 cebolas, uns 15 tomates, uns 5 alhos-porós, etc.
1 - Numa panela de pressão refoguei um pouco de cebola e alho picado. Depois dei uma selada na carne. (Fiz esse mesmo processo duas vezes por que a carne não cabia toda - fiz metade, metade.) E cobri com água fervendo com um caldo de costela - pra enganar a carne. Tampei a panela e deixei em pressão por uns 45 minutos.
2 - Tirei o ar da panela, abri e desfiei a carne to-di-nha!!! Ui! Troquei o caldo de panela e, enquanto defiava, deixei reduzindo no fogo. (Minha irmã sugeriu que invés de reduzir todo o caldo podia ter guardado um pouco para fazer caldo de carne pra usar em uma sopa, ou em outra receita.) Já botei a outra parte da carne na pressão e botei a bicha pra cozinhar tb.
3 - Juntei a carne desfiada no molho e deixei reduzindo. Tava com muuuuito caldo e quando já tinha baixado bastante joguei um bocado de cebolas cortadas em fatias grossas. Deixei amolecer, acertei o sal e desliguei.
4 - Fiz o mesmo processo com a outra metade da carne e juntei as duas. Avalia...
5 - Agora o purê de abóbora: já comprei a abóbora japonesa sem casca e em pedaços. Ponto pras meninas e pro feirante que ganhou uma bela gorjeta. Piquei em pedaços ainda menores.
6 - Fiz um refogado de cebola e tomate em grande quantidade Coloquei também pimenta dedo de moça com um pouco das sementes. Joguei os pedaços da abóbora, tampei e deixei em fogo baixo. De vez em quando mexe e, se precisar, bota um tantinho de água. Coloquei um caldo de legumes aqui também - tinha feito uma sopa que deu muito caldo, separei, botei em forminhas de gelo e congelei.
7 - Quando já tiver molinha, amassa com aquele amassador que usa na própria panela, sabe? Aí vem a roubadinha. Se você ainda não experimentou isso, para tudo e faz agora - a vida pra mim é antes e depois dessa descoberta. A descoberta são duas: primeiro, abóbora apesar de ser incrívelmente gostosa e de ser aparentemente da família das batatas, mandiocas e mandioquinhas, não é carboidrato - ou seja, você já pode comer uma coisa muito deliciosa a noite sem engordar loucamente. Não é o máximo? Minha nutricionista que me contou!! Segundo, depois que a bichinha estiver amassada e misturada, invés de você colocar leite, você coloca leite de coco e arraaaaaaaaasaaaaaaa! O adocicado da abóbora com o leite de coco faz coisas incríveis! (um dia põe curry também e serve com uma carne... hummmmmm!)
8 - Reduz o liquido um pouco, mistura bem, acerta o sal e desliga. Joga uma salsa e cebolinha e mistura.
9 - Montagem igual a do frango. Primeiro a carne, depois o catupo...
... e em seguida a abóbora. Deu duas assadeiras maiores ainda e sobrou um bocado para comer com um pãozinho francês na hora. Na hora eram tipo 3 da manhã de uma sexta feira - to ficando velha!!! Pelo menos, o tal do pãozinho francês, apesar de sonhado, em mim não entrou!!!
10 - Guardei pro dia seguinte e assei na hora com um pouco de mussarela por cima também. E modéstia parte ficou arrasadoiro. Uma das melhores composições já realizadas.
Servi com uma salada de alface, broto de feijão, cenoura, tomate e salsinha. Dispensa até o arroz... Olhaí que beleza!
Achei que sobraria... mas... fez sucesso, uai! Não posso reclamar.
De sobremesa, docinhos. Sem bolo. Tipo, sonho. Tortinhas e carolinas...
* Fica o agradecimento para a família que completou a refeição com muitos antes e depois - já que minha obra parou por aí. E, ao marido, parceiro que pôs a música, trouxe uma cerveja e um ótimo papo, como sempre... além, é claro, de desfiar quase todas as carnes. Viva! Viva!