domingo, 27 de setembro de 2009

Conhece essa metamorfose da versátil carne moída?

Essa receita tem vários felizes encontros. Primeiro, uma carne moída descongelada e uma vontade de comer carne mastigável e não em pó. Depois, uma ida urgente ao supermercado Futurama da Santa Cecília que tem uma área de frios que sempre me reserva ótimas surpresas (por ótimas sempre entenda baratas e gostosas). Além disso, tomates de sobra, como sempre. E, por fim, uma criatividade sem fim na arte da carne moída.

Tudo isso junto deu esse gostoso e lariquento bolo de carne moída. 

Essa receita é a própria receita sem medida. Ou seja, precisa super ativar o módulo alquimista auto-didata. Boa sorte!

Ah! E se algo sair do seu controle, posso oferecer conselhos mas não divido a culpa, ok?

Vamos lá, passo a passo com figurinhas.

1 - Põe numa vasilha-daquelas-bem-bacia-mesmo: 600g de carne moída, um ovo, um bocado de aveia, sal, pimenta síria e cebola, alho e salsinha bem picadinhas (amo-muito-meu-processador-novo - e minha sogrinha tb, consequentemente). Mistura tudo até os dedos ficarem tão gelados que vc tem a sensação de que eles vão cair...

Fica assim:

2 - Depois, vc pica o tomate, a mussarela e o presunto (aí estava a oferenda do Futurama - restos de presunto Sadia por 4,00 o kilo - só não comprei mais para não dar mais provas de minha declarada "ogrice").

3 - Começa a montagem: em uma travessa, jogue um fio de óleo e coloque metade da carne moída esmagando com as pontas dos dedos até que ela suba um tanto pelas laterais.

4 - Coloque o presunto...

5 - jogue o tomate temperado...

6 - e a mussarela. Lembro que, coloquei nessa ordem, mas creio que a ordem dos ingredientes verdadeiramente não altera a comida.

7 - Fecha com o restante da massa. Eu faço assim: para não esmagar o recheio, pego pequenas quantidades da carne e espremo contra a palma da mão até deixa-las bem fininhas e vou colocando por cima do recheio até fechar todo o bolo. Por último jogo um pouco de óleo para dourar. (Será que faz sentido isso?)

8 - Dei até uma decorada da vovó, óia!

9 - E forno nele. Como esse recheio é meio úmido botei em forno alto para evitar ficar muito ensopado. Foi mais ou menos uns 50 minutos. Fica de olho para não ensopar e nem secar, hein?!

Como vocês podem perceber pela "figura" fica super mais ou menos... assim, bem meia boca.

Pra variar servi com salada. Pela foto dá pra ver o que mudarei no próximo - mais queijo, por que ficou desigual em relação ao presunto. Mas deve fazer até mal falar isso de um trem que me alimentou tanto... 

(Um dia ensino o melhor bolo de carne moída do planeta - aprendi com o Chico dos Bonecos - recheado com banana e catupiry. Desse que vc rouba compulsivamente mais um pedaço na geladeira para mais uma vez conferir se ele está realmente tão gostoso quanto sua memória recente indica.)

sábado, 5 de setembro de 2009

Minha maior obra de engenharia gastronômica.

Bom, fiz 28 anos!

Pra comemorar fiz uma obra de engenharia gastronômica para 26 pessoas. E olha que foram 26 dessas que valem por 35 mais ou menos. A engenharia está nas quantidades, na maneira de cozinhar (como cozinhar pra tanta gente em uma casa com panelas para casal?!) e na forma de servir, já que tinha que ter aproveitamento máximo de tempo e espaço para que fosse confortável para todos. Aqui faço minha dedicatória à minha cozinha, que sempre se supera especialmente agora que está em sua melhor forma: balcão.

Vamos aos fatos: Escondidinho de carne com abóbora e de frango com mandioquinha.

Pra essa galera toda fiz 2,5 kg de cada carne (peito de frango com osso e miolo de acém). Além de aproximadamente a mesma quantidade de abóbora e mandioquinha (um tanto menos). Isso é tudo que darei de medida... por que o resto foi "nas vista" mesmo.

Primeiro o frango.

1 - Muito alho poró com mais muito tomate e cebola. Muito mesmo... (Ai, seu eu tivesse um processador.) Frita tudo na panela wok.

Quando os legumes já estiverem mais "unidos venceremos", mais assim:

2 - Joga o frango com o os ossos mesmo. Apenas dei uma limpada na pele e cortei em pedaços. Joga um caldo de legumes (de verdade) e tampa.

3 - Mexe de vez em quando e, quando o frango estiver soltando facinho, tira a carne da panela e desfia. (Ah, coloquei louro fresco também, olha aí embaixo.)

4 - Junta o frango desfiado de novo com os legumes, acerta o tempero, reduz bem o liquido e tá pronto.

5 - O purê de mandioquinha faz no sistema tradicional. Muita mandioquinha com leite, sal e margarina. Coloquei também um pouco de tomilho que adooooro.

6 - Agora, é só montar. Essa receita dá duas assadeiras grandes mas não muito altas. Joga o frango...

... por cima, o catupiry...

... e por último o purê de mandioquinha...

Guardei na geladeira por que assei só na hora de servir - aí joguei mussarela ralada por cima.

Em seguida, o de carne. É claro que fiz "os dois ao mesmo tempo agora" administrando trezentos cozimentos diferentes. Fora que devo ter cortado umas 7 cebolas, uns 15 tomates, uns 5 alhos-porós, etc.

1 - Numa panela de pressão refoguei um pouco de cebola e alho picado. Depois dei uma selada na carne. (Fiz esse mesmo processo duas vezes por que a carne não cabia toda - fiz metade, metade.) E cobri com água fervendo com um caldo de costela - pra enganar a carne. Tampei a panela e deixei em pressão por uns 45 minutos.

2 - Tirei o ar da panela, abri e desfiei a carne to-di-nha!!! Ui! Troquei o caldo de panela e, enquanto defiava, deixei reduzindo no fogo. (Minha irmã sugeriu que invés de reduzir todo o caldo podia ter guardado um pouco para fazer caldo de carne pra usar em uma sopa, ou em outra receita.) Já botei a outra parte da carne na pressão e botei a bicha pra cozinhar tb. 

3 - Juntei a carne desfiada no molho e deixei reduzindo. Tava com muuuuito caldo e quando já tinha baixado bastante joguei um bocado de cebolas cortadas em fatias grossas. Deixei amolecer, acertei o sal e desliguei. 

4 - Fiz o mesmo processo com a outra metade da carne e juntei as duas. Avalia...

5 - Agora o purê de abóbora: já comprei a abóbora japonesa sem casca e em pedaços. Ponto pras meninas e pro feirante que ganhou uma bela gorjeta. Piquei em pedaços ainda menores.

6 - Fiz um refogado de cebola e tomate em grande quantidade Coloquei também pimenta dedo de moça com um pouco das sementes. Joguei os pedaços da abóbora, tampei e deixei em fogo baixo. De vez em quando mexe e, se precisar, bota um tantinho de água. Coloquei um caldo de legumes aqui também - tinha feito uma sopa que deu muito caldo, separei, botei em forminhas de gelo e congelei.

7 - Quando já tiver molinha, amassa com aquele amassador que usa na própria panela, sabe? Aí vem a roubadinha. Se você ainda não experimentou isso, para tudo e faz agora - a vida pra mim é antes e depois dessa descoberta. A descoberta são duas: primeiro, abóbora apesar de ser incrívelmente gostosa e de ser aparentemente da família das batatas, mandiocas e mandioquinhas, não é carboidrato - ou seja, você já pode comer uma coisa muito deliciosa a noite sem engordar loucamente. Não é o máximo? Minha nutricionista que me contou!! Segundo, depois que a bichinha estiver amassada e misturada, invés de você colocar leite, você coloca leite de coco e arraaaaaaaaasaaaaaaa! O adocicado da abóbora com o leite de coco faz coisas incríveis! (um dia põe curry também e serve com uma carne... hummmmmm!) 

8 - Reduz o liquido um pouco, mistura bem, acerta o sal e desliga. Joga uma salsa e cebolinha e mistura.

9 - Montagem igual a do frango. Primeiro a carne, depois o catupo...

... e em seguida a abóbora. Deu duas assadeiras maiores ainda e sobrou um bocado para comer com um pãozinho francês na hora. Na hora eram tipo 3 da manhã de uma sexta feira - to ficando velha!!! Pelo menos, o tal do pãozinho francês, apesar de sonhado, em mim não entrou!!!

10 - Guardei pro dia seguinte e assei na hora com um pouco de mussarela por cima também. E modéstia parte ficou arrasadoiro. Uma das melhores composições já realizadas.

Servi com uma salada de alface, broto de feijão, cenoura, tomate e salsinha. Dispensa até o arroz... Olhaí que beleza!

Achei que sobraria... mas... fez sucesso, uai! Não posso reclamar.

De sobremesa, docinhos. Sem bolo. Tipo, sonho. Tortinhas e carolinas... 

* Fica o agradecimento para a família que completou a refeição com muitos antes e depois - já que minha obra parou por aí. E, ao marido, parceiro que pôs a música, trouxe uma cerveja e um ótimo papo, como sempre... além, é claro, de desfiar quase todas as carnes. Viva! Viva!