Eu digo e repito que um
milagre se operou em mim depois que tive filho. Sempre fui uma
boleira da pior qualidade. Sei disso como apreciadora de bolos que
sou. Fazia tudo direitinho como na receita e como virginiana apegada
a exatidão dos números que sou. Sabia que fazer doces é quase uma
equação química, que dada a minha enorme quantidade de
recuperações na matéria no colegial, eu não deveria afrontar. Mas
na hora do forno, secava os bolos. Não tem nada, nada, nada pior do
que bolo seco – fora tudo que é pior, claro. Acho que deixava o
tempo que a receita mandava sem olhar, sabe?! Confiava cegamente no
tempo escrito e na temperatura marcada no medidor do forno.
Uma vez li, acho que
foi no livro da Dona Benta, que tem um jeito de saber se seu forno é
fraco ou forte – ainda não consegui me decidir sobre a situação
do meu. Nunca fiz a experiência mas me parece interessante: você
coloca uma folha sulfite no forno e liga por um determinado tempo. Se
a folha tiver não-sei-de-que-cor nesse tempo, ele é forte, se tiver
não-sei-como, é fraco. (Ficou muito útil essa informação
faltando toda a informação de fato. Achei nesse site uma dica pra essa tentativa.)
Eis que João nasceu e,
pra complicar, comecei a assar bolos molhadinhos do jeito que gosto.
Perigo! Eu enclausurada sabendo fazer bolos. Perigo!! Sempre com
aquela meia hora sobrando pra fazer algo que envolvia “não sair de
casa”. Perigo!!! Mas foi uma boa hora pra aprender por que
relembremos da melhor coisa do mundo e levantemos um viva a
amamentação!!! Perdia, perdia e perdia mais peso. Obrigada João²!
Gosto muito de bolo de
frutas e até postei um dos bolos mais maravilhosos que fiz, o
de mexerica – maravilhoso no sabor perfumado e na facilidade
incrível. E chegou aquele momento de mostrar serviço. Aniversário
do filho. Andava fazendo bem bolo de cenoura e adoro bolo de cenoura.
Quis fazer. Fiz. João fazia um ano e fiz bolo pra quinhentas
pessoas. Só esqueci de convida-las. O bolo ficou bom mas com medo de
ser pouco (maldito medo familiar!) fiz duas camadas de duas receitas
cada. Uma forma com duas receitas embaixo e uma com mais duas em cima
e mais dois quilos de chocolate na cobertura – acho que numa versão
trufada, ou seja, com creme de leite. Obsceno!!! E fazendo a mea
culpa, acho que o maior problema foi esse tamanho mesmo. Não deu
conta de ficar super molhado, ficou meio massante, meio gigantão.
Não fiquei satisfeita. A receita desse bolo no entanto é
maravilhosa e vale sempre a pena fazer. Vai açúcar mascavo e canela
e me foi cedida por uma boleira de mão cheia, a Mayra, mãe da Sofia
Linda. Olha aí como ficou o bolo gigante e qual a receita.
Exagero.
Colocar e bater no liquidificador:
3 ovos
1/2 xícara (chá) de óleo
1 xícara (chá) de açúcar mascavo
3 cenouras médias cortadas em rodelas
Colocar numa vasilha e acrescentar (eu peneiro):
2 xícaras (chá) de farinha de trigo1 colher de sobremesa de canela em pó1 colher de sopa de fermento em pó
Ainda quente, desenforma o bolo e coloca um tablete de chocolate meio amargo em cima, espera um dedim e espalha lindamente pela massa toda. Trata-se de uma cena forte, de emocionar, prepare-se!!!
Já fiz essa receita
100% integral com chocolate amargo e achei bem gostosa. Talvez
fizesse com chocolate meio amargo pra não ficar tão diferente ao
paladar. A massa fica mais pesada mas bem molhada (obcecada por
umidade de bolo... desculpem!). Vale o teste.
Aí chegaram os dois
anos e eu tinha conhecido um bolo excelente que fiz pra festa da Mari
Manfredi, minha amigononononona. Achei a receita no meu livro novo da
moça do Panelinha (site e livro) e depois de fazer
esse teste muito bem sucedido, achei que era a pedida. Fiz duas
receitas numa formona retangular e decorei para compor com a festa de
temática galinácea do pequeno (não, nada de galinha pintadinha,
nem cocoricó, apenas galinhas não patenteadas por todos os lados).
A única mudança que fiz e que recomendo muuuuuuito é a de servir o
bolo com morangos que coloquei na travessa em volta do bolo,
lavadinhos, sequinhos e picadinhos (muito morango, tipo 4 caixas).
Na fissura do brigadeiro.
Aí vai a receita que
dá pra olhar também no site do Panelinha. Não falarei de
tempo de assar por que o melhor estado de atenção com relação à
bolos é a de não saber qual o tempo certo. Só pra ter alguma
medida, eu deixei mais de 40 minutos e enfiando o palito várias
vezes a partir de meia hora. Se você também seca bolos, pra mim um
aprendizado importante foi o de que o palito não tem que sair
totalmente limpo não. Se não tá líquido, mas deixa o palito
melecado, pó desligá.
4 ovos1 xícara (chá) de açúcar1 xícara (chá) de chocolate em pó1 xícara (chá) de óleo1 xícara (chá) de água2 xícaras (chá) de farinha de trigo1 colher (sopa) de fermentomanteiga, farinha e chocolate para untar e polvilhar
1. Preaqueça o forno a 180 ºC (temperatura média). Unte com manteiga uma fôrma redonda com furo - espalhe uma camada fina e uniforme. Faça uma misturinha meio a meio de chocolate em pó e farinha e polvilhe a fôrma toda (assim o bolo não fica com aquela casquinha branca de farinha). Reserve.
2. Numa tigela, coloque a farinha, passando pela peneira.
3. Na batedeira, ou em uma tigela grande, coloque o açúcar e o chocolate em pó, passando por uma peneira. Junte os ovos e o óleo. Caso esteja fazendo o bolo à mão, misture com um batedor de arame até que a mistura fique lisa. Se quiser usar a batedeira, comece batendo na velocidade baixa - para o chocolate não subir - e quando a massa estiver lisa, aumente e bata por mais alguns minutos.
4. Se estiver usando a batedeira, abaixe a velocidade novamente e, aos poucos, vá adicionando a água e a farinha, alternadamente, batendo apenas para misturar. Por último, adicione o fermento.
5. Transfira a massa para a fôrma preparada e leve ao forno preaquecido para assar por 30 minutos, até que o palito saia limpo ao ser espetado no bolo.
6. Retire do forno e deixe esfriar por 15 minutos. Coloque um prato de bolo sobre a fôrma e, com auxílio de um pano de prato, vire de uma vez.
7. Somente quando o bolo estiver frio, espalhe a calda. Sirva a seguir.
E além do bolo fiz uma
grande quantidade de ganache com chocolate meio amargo – também do
Panelinha. Acho que foram duas receitas.
200 g de chocolate meio amargo
3/4 de xícara (chá) de creme de leite fresco
1. Leve uma panelinha com um pouco de água ao fogo médio. Ela servirá de base para o banho-maria.
2. Numa tábua, pique fino o chocolate. Transfira para uma tigela de vidro ou de inox e coloque sobre uma panela com água fervente, que não deve encostar no fundo da tigela (o vapor da água deve ser a fonte de calor). Junte o creme de leite e misture até derreter o chocolate e formar uma mistura lisa.
3. Retire do banho-maria e deixe esfriar. Assim que amornar, leve a geladeira por cerca de 10 minutos. Retire e misture bem para unificar a temperatura. Se o dia estiver muito quente, repita esse procedimento.
4. Se quiser servir como musse rápida de chocolate, basta deixar na geladeira! Espalhe a calda do bolo com uma espátula de confeiteiro ou com uma faca.
Bolo de chocolate com temática galinácea.
Faz aí que é muito
deliciosa. Outra hora faço e tiro foto do interior pra vocês verem
que belezura.
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